Texto escrito pelo psicólogo Fabrício Armani Idalêncio.
Jeffrey Young (2003), propõe que a Terapia do Esquema (TE), fosse uma alternativa eficaz para o tratamento de indivíduos com transtornos da personalidade. A mesma tem apresentada uma considerável evolução e ampliação de seu patamar, como, por exemplo, para trabalhos com grupos; com casais e até mesmo com crianças, sendo que, neste caso, visaria melhorar a qualidade do par (crianças-pais/cuidadores).
O modelo conceitual de terapia do esquema é mais recente e pode ser muito bem aplicado no trabalho com crianças e adolescentes. Para a criança, a noção de esquema é geralmente abstrata. Os terapeutas não precisam, necessariamente, discutir os esquemas com os pacientes, pois são pouco claros e abstratos demais. No entanto, a fim de conduzir o processo terapêutico, o profissional deveria ter em mente que os esquemas produzem modos. Esses modos procuram lidar com frustrações de necessidades fundamentais (Neufeld e outros, 2011).
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Young (citado por Wainer e outros, 2000), refere que ao longo do desenvolvimento emocional, o ser humano passa por um processo de maturação da personalidade que envolve alguns estágios sucessivos, no quais diversos desafios e necessidades são apresentadas, sendo que estas, por sua vez, seriam: vínculo seguro com outros indivíduos; percepção de competência e autonomia; limites realistas em relação aos outros e ao ambiente onde vive; orientação em relação às próprias necessidades; liberdade da expressão autêntica das emoções e dos sentimentos.
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A escola alemã tem tido uma grande contribuição na terapia dos esquemas com o público infanto-juvenil. O objetivo seria similar ao processo de coaching, nesse caso chamado de coaching de esquemas: ensinar pais/cuidadores e educadores a reconhecer as necessidades emocionais das crianças e a intervirem nos comportamentos inadequados causados pelos EIDs (esquemas iniciais desadaptativos, isto é, em formação (coaching de esquemas), ajudando-as a satisfazer suas necessidades adequadamente, organizando seu mundo de maneira mais saudável. O treinamento de pais é fundamental para que o terapeuta destaque a importância da estabilidade dos cuidadores para que a criança tenha segurança nos vínculos. O terapeuta deve estimular, por exemplo, que pais e criança tenham momentos felizes e de lazer, mostrando-as que é correto se divertir e ser espontâneo, bem como fazer com que os cuidadores realmente possam expressar interesse empático e verdadeiro na expressão das emoções da criança. Isso a auxiliará em dois sentidos: a expressão e compreensão dos sentimentos.
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Por fim, o trabalho de esquemas com pai/cuidadores, crianças e adolescentes, tem se mostrado extremamente eficaz, inclusive no sentido de prevenção, pois é no início da vida onde ocorre o momento crucial para o desenvolvimento de esquemas mentais e estruturação da personalidade, podendo se tornar disfuncionais ou saudáveis, pois se perpetuarão no decorrer da vida.