Texto escrito por Jonathan Silva de Araújo.
Os adolescentes são uma população amplamente criticada. O termo popular “aborrecente” deixa claro uma certa atitude negativa diante dessa fase do desenvolvimento. A passagem da infância para a vida adulta é conturbada e marcada por sentimentos fortes, novas responsabilidades e uma busca por autonomia e identidade. A adolescência é um momento de revisão do autoconceito, dos valores e objetivos. É nesse ponto que a importância do cuidado e atenção aos jovens salta aos olhares mais atentos.
O conceito teórico da Terapia do Esquema de Jeffrey Young possibilita uma visão ampla acerca da formação da personalidade. Somos um pouco história da evolução de nossa espécie, somos um pouco combinação genética de nossos pais, nosso temperamento, experiências da infância e do resto da vida em contato com diferentes círculos sociais. A personalidade de cada um acaba tornando-se uma grande sinfonia, onde cada instrumento, cada nota musical faz a diferença tornando-se uma música única.
Estudiosos da Terapia do esquema na Alemanha e Holanda já vem realizando pesquisas voltadas a crianças e adolescentes e obtendo resultados reforçadores. Como esse campo teórico é jovem e em expansão, são necessários cada vez mais estudos que se adaptem a diferentes públicos. Precisamos psicoeducar e intervir com o adolescente através daquilo que faz sentido para ele.
Além de possibilitar o tratamento de adultos cujos esquemas já são bastante enraizados, essa perspectiva pode nos ajudar a prevenir e promover saúde mental e emocional, fomentando a criação de crenças adaptativas em sujeitos em processo de formação de identidade. Compreender a formação da personalidade como síntese de processos biológicos, psíquicos e sociais (que tratando-se de adolescentes é necessário maior atenção aos seus pares) nos ajudam a entender o papel do jovem na sua própria construção como indivíduo saudável.