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Rompemos de novo - Wainer Psicologia

Texto escrito pela psicóloga Bruna Armelin.

Em Brumadinho, entre mortos e desaparecidos, há mais de 300 pessoas. Nós sabemos que, dado o avançar dos dias, muitos serão encontrados sem vida. Ainda assim, devem ser encontrados. A angústia é imensa, pois ainda que o passar do tempo diminua a possibilidade de sobreviventes, a esperança contraria qualquer estatística.

Cada pessoa que morre é um filho, um amigo, uma mãe, um pai, uma companheira que deixa de fazer parte do nosso dia a dia. Assim, o número de atingidos emocionalmente por essa tragédia é imensurável. Uma cidade morreu. O país está em luto. Foi junto o teu cachorrinho, o teu gado, o teu comércio, o nosso rio. Foi nosso lar, nossas coisas, nossa história. Uma casa é muito além de bens materiais. É todo tempo de vida investido para conquistar aquilo ali. É tua rua, que perde as referências. É não ter para onde voltar. É não ter tua pessoa mais especial contigo. É não ter o teu local de trabalho para conquistar tudo de novo. É não ter mais tempo de vida para conquistar tudo de novo. É não ter mais força.

Dói. E dói mais, porque dói de novo. Mariana pouco nos ensinou.

Enquanto os bombeiros resgatam a vida ou o corpo, como ficam os familiares que esperam? Quem cuida daqueles que não estão sujos, mas estão desamparados pela lama? Como fica aquele que sobreviveu, mas terá para sempre a memória deste dia?

A Psicologia das Emergências e os primeiros auxílios emocionais estão em desenvolvimento, mas ainda não alcançou a velocidade em que os desastres acontecem a cada ano. Alguns são evitáveis, outros não. Indiferentemente das circunstâncias, o sofrimento não pode ser evitado, mas deve ser cuidado como foco prioritário dos profissionais que se dedicam ao enfrentamento da dor decorrente das emergências e desastres.

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