As abelhas são animais de convívio habitual dos seres humanos, são muito uteis para o ecossistema e também necessárias para ramos da nossa economia. Porém trazem consigo um alerta de possível perigo para as pessoas (principalmente para quem é alérgico) e uma valiosa lição de nossas vidas.
Como todo ser vivo no nosso sistema ela pertence a uma cadeia alimentar, e a todo uma organização ambiental. Por isso, também possui um mecanismo de defesa, o famoso ferrão. Sim, aquele que é ardido, deixa inchado e é extremamente desconfortável.
O que chama a atenção é que, a principal forma de se proteger, as leva muitas vezes à morte, o que por si só é uma lógica bem peculiar: “Como assim, aquilo que era para me proteger da morte, é o que me mata? ” Enfim, quantos mais predadores e ameaças encontramos, mais vezes teremos que usar de nossas habilidades para nos defendermos.
Agora, pensando enquanto seres humanos, quem nunca viu uma abelha no café e se desesperou? Ou tentou retira-la imediatamente do ambiente ou por vezes acertá-la com um chinelo? Isso por que temos a consciência de que seu ferrão é de um extremo desagrado para nós, e em casos mais agudos pode até levar ao óbito.
Na nossa visão, a abelha se torna uma ameaça para nós quando agimos próximos a ela. Na visão delas, acabamos sendo mais um predador a quem elas tem que reagir, usando de seu ferrão que rege um desfecho negativo para ambos.
Agora analisemos a situação: Se não representássemos um perigo para a abelha ela não precisaria nos picar, ao ponto que se não soubéssemos desse potencial dela também não nos sentiríamos ameaçados. Ou seja, logo o comportamento da abelha que ela acredita ser sua melhor forma de enfrentamento, não só pode a levar a morte, como também ser mantenedora de um ambiente hostil.
Pensando em nossas vidas, quantos comportamentos abelha temos? Quantas vezes tememos situações por não nos acharmos capazes e assim as evitamos, mas ao evitar nos sentimos menos capazes, ou sentimos que as pessoas ao nosso redor estão sendo rudes com a gente e por conta disso as agredimos também? Sem perceber que na próxima conversa ambos já irão prontos para o embate?
Meus amigos, muitas vezes sentimos uma pressão enorme sobre os nossos ombros, como se o mundo não quisesse nos ajudar. Mas as vezes a ajuda parte de simples ações, se fosse possível agradecermos as abelhas pelo ótimo trabalho com o mel talvez elas se sentissem mais à vontade conosco, não representando mais uma ameaça. Ou se elas pudessem pedir um gole do nosso café em vez de simplesmente pousar em nosso copo, talvez a relação fosse melhor.
Nunca é fácil sairmos dos comportamentos que acreditamos ser o melhor para a gente, mas aprendemos que a ação precede a motivação. Portanto, é nas mudanças pequenas, no suportar o desconforto que descobrimos outras possibilidades. Com as abelhas talvez não seja possível esse diálogo, mas com seus amigos, parentes e pessoas que circundam seu meio, pode fazer toda a diferença.