Texto escrito pelo psicólogo William Fiuza, responsável pelo Programa “Supere o Medo de Dirigir”.
Coração acelerado, suor, tremores, tensão e fadiga. As sensações físicas são a expressão de um medo intenso que, muitas vezes, faz com que a pessoa se sinta incapaz. Todo esse sofrimento, nervosismo e ansiedade podem fazer com que a pessoa que tem medo de dirigir se esqueça de algo muito importante: o medo pode ser superado, afinal medo é uma coisa e capacidade é outra! O medo de dirigir pode ser consideravelmente limitador, tendo em vista que leva a pessoa a deixar de fazer coisas que gosta, precisa e se sente bem. Além disso, a privação da liberdade de ir e vir de forma autônoma afeta diretamente a autoestima e autoconfiança, que muitas vezes pode ser levado a outros contextos da vida.
A terapia cognitivo-comportamental tem mostrado eficácia no tratamento de pessoas com medo de dirigir. Porém, existe uma forma de manejar essa abordagem para que o público com medo de dirigir realmente seja ajudado. A psicoeducação, a reestruturação cognitiva, a exposição gradual e as diversas estratégias de enfrentamento devem ser trabalhadas de modo coeso, claro e, principalmente, pautadas em uma conceitualização completa do que faz surgir e manter o medo de dirigir.
Neste sentido, nos motivamos a ajudar outros profissionais a compreender o perfil e necessidades das pessoas com medo de dirigir, para que junto da teoria, possam oferecer um espaço que ajude na retomada de desejos, autonomia e liberdade. Acreditamos profundamente na capacidade de cada um em superar seus limites, e é recompensador acompanhar pessoas que diziam jamais conseguir dirigir novamente, voltando a sentar no banco do motorista e tomando a direção do carro e de suas vidas.